"...Assim o Senhor vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus." (2Crônicas 20.15b)
Nós, muitas vezes, nos apegamos a este versículo, para decretar vitória sobre as lutas que temos que batalhar. Mas uma questão fundamental tem que sempre ser levantada ao afirmarmos que "a peleja não é nossa, mas sim do Senhor": Se a peleja é de Deus, por que nós não entregamos o comando da batalha para Ele?
Como tem sido difícil para os homens deixarem Deus comandar como bem entender o Seu exército!
A verdade é que lutamos, nos desgastamos, nos esgotamos, nos frustramos, numa guerra incessante contra o mal, quando tudo o que temos que fazer é simplesmente obedecer aos comandos do nosso General Jesus Cristo.
Nesse campo de batalha, o rei Josafá orou e buscou de Deus o socorro. Quando o Senhor Deus falou através da boca do profeta Jaaziel aos moradores de Jerusalém e ao rei Josafá, Ele deu instruções.
Ele disse: "Amanhã, descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis no fim do vale, diante do deserto de Jeruel. Nesta peleja, não tereis de pelejar; parai, estai em pé e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém; não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhe ao encontro, porque o Senhor será convosco." (2Crônicas 20.16-17)
O Senhor não mandou ninguém lutar. Mandou apenas que descessem ao deserto e esperassem para ver o livramento do Senhor.
Vemos aqui a preocupação do Senhor em não nos conceder as bênçãos sem que nós também façamos algo. É como um pai que não quer relaxar a educação de seu filho e, para tanto, ensina-o a não receber tudo "de mão-beijada". Ele dá instruções e, se o filho obedecer, receberá uma bênção.
Há quem pense que o Senhor entregará tudo para nós sem nenhum esforço de nossa parte. Em contra partida, há quem pense que deva empregar todos os seus esforços e sem contar com o esforço de Deus para conseguir algo. Na verdade, tudo o que temos que fazer é obedecer às instruções do Senhor. Ir até onde Ele mandar. Fazer somente o que Ele nos mandar fazer.
Esperar onde Ele nos ordenar. Agir no momento e da maneira que Ele determinar.
Sair do lugar da bênção pode trazer graves conseqüências à nossa vida.
A atitude do povo de Josafá foi confiar que o Senhor tinha todo o controle da situação e, então, obedecer às Suas diretrizes. Eles se levantaram e saíram ao deserto pela manhã cedo, louvando a Deus com uma bela canção que diz: "Louvai ao Senhor, porque a Sua benignidade dura para sempre" (2Crônicas 20.21).
Foram para um deserto. Essa foi a ordem do Senhor. Saíram do seu lugar de conforto e foram para o lugar da batalha. Mas foram louvando. Marcharam até aquele lugar com louvor nos lábios e no coração, relembrando da fidelidade do Senhor, da bondade do Deus Vivo, da força e sabedoria dAquele que reina para todo o sempre.
E antes mesmo que eles chegassem ao lugar determinado por Deus, o Senhor já estava trabalhando em seu favor, confundindo o exército inimigo e fazendo com que os três povos guerreiros lutassem contra si mesmos. "...Chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, e nenhum escapou." (2Crônicas 20.24)
O cenário era de horror: milhares de "cadáveres em abundância, como também objetos preciosos" (2Crônicas 20.25). Mas era o milagre de Deus para com aquele que se humilharam diante dEle e confiaram que Ele era poderoso para defendê-los e livrá-los do mal que se aproximava.
Não precisa ser diferente conosco.
O que temos que fazer é confiar no Todo-Poderoso que não perde batalhas, que sabe o que faz, que é Senhor e detém o controle absoluto de todo o universo. E obedecer às Suas palavras. Porque para Deus, não haverá impossíveis em todas as Suas palavras. (Lucas 1.37)
Se a peleja da sua vida é de Deus, entregue o controle dela ao Senhor e seja obediente à Sua voz. "Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis." (2Crônicas 20.20b)