A autoria dessa Epístola aos Coríntios está explicitada em sua abertura: "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo" (II Co. 1.1), além dos testemunhos históricos de Irineu, Atenágoras, Clemente de Alexandria e Tertuliano, todos do Século II. Essa é a carta mais autobiográfica do Apóstolo dos Gentios.
Paulo enviara Timoteo a Corinto para levar a primeira Carta e regularizar as situações adversas na igreja daquela cidade (I Co. 4.17).
Como a viagem de Timóteo não surtiu o efeito desejado, o próprio Apóstolo se encarrega de fazer uma viagem para Corinto (II Co. 12.14; 13.1).
Mesmo assim, o resultado da viagem não foi satisfatório (II Co. 2.5; 7.12).
Ao invés de chegar a um consenso em relação aos problemas da igreja, Paulo é rejeitado por alguns crentes de Corinto.
Tais pessoas acusam-no de leviandade (II Co. 1.15), de não ter carta de recomendação (II Co. 3.1), de dar motivo de escândalo (II Co. 5.11; 6.3-4); de se beneficiar pessoalmente das ofertas (II Co. 7.2; 12.16), de usar sua oratória em benefício pessoal (II Co. 10.10; 11.6), questionam especificamente o apostolado de Paulo.
Esse é justamente o objetivo de Paulo nessa Epístola: a defesa do seu apostolado.
O versículo-chave que expressa esse intento se encontra em II Co. 4.7: "Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus Cristo".
Essa Carta provavelmente foi levada por Tito (II Co. 8.16), o qual deveria também ajudar a igreja a coletar uma oferta para os irmãos necessitados de Jerusalém.
Essa Epístola, escrita provavelmente no ano 56 d. C., da Macedônia, está assim dividida:
1) Saudação e ação de graça (1.1-11);
2) A defesa de Paulo em sua relação com o evangelho (1.12-7.16);
3) A contribuição para os crentes necessitados de Jerusalém (8,9); e 4) Os detratores de Paulo na igreja de Corinto (10.1-13.10).
A palavra-chave da Epístola é "consolo", pois começa (II Co. 1.3) e com ela (II Co. 13.11).